sem título

se eu pudesse dobrar o tempo ao meio, faria esta ponta daqui encontrar com aquela de lá, obrigando-as a se encararem de tal modo que ainda este inconsciente não pôde fazer, inverno e verão. o tempo de papel. essa analogia... teria alguma melhor para tratar de algo tão solúvel e efêmero? a construção do ontem se tornou a moradia do hoje, para amanhã a previsão é de chuva: fechem as suas janelas, apanhem as roupas do varal. parece que toda hora e dia e mês e ano evidenciam uma falta de coesão essencial à matéria humana, que, substancialmente, se transforma como tudo que é dado crescer, e, ao mesmo passo, se perde como tudo que é dado ao esquecimento. para acalmar esse coração de criança que ainda agora encontra-se emburrado, como se lhe houvessem mandado fazer algo à contra-gosto, mas que em verdade só não encontrou respostas pra todos tantos "porquês", é que escrevo... esses riscos são riscos despojados do tempo, acidentes na semântica do nada de um papel

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