vamos, não chores!
que o tempo é coisa previsível de sentir.
passa e não se mostra,
esmurra e não se compadece,
rouba à mão armada horas de pobres
insones assalariados que suspiram
o amanhã já sabido
de cor.
já não tens mais idade para sonhos juvenis
mas tens para o fracasso acumulado
em teus olhos caídos.
não te arrependes de nada?
como do dia em que perdoara teu algoz
e complacente oferecera a outra face
nada?
não ponderou o dito
deveras maldito
valor moral da subserviência
agora, enfastiado,
se te sobras tempo
dorme, meu filho.
zé
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